Os Celtics são bons outra vez. E agora?




Depois da grande troca que enviou os ídolos Paul Pierce e Kevin Garnett para o Brooklyn Nets em 2013, os Celtics iniciaram sua reconstrução que após outras saídas, como de Rajon Rondo e Jeff Green, se consolidou. 


Sem ter uma estrela através do draft ou da free agency, essa reconstrução celta é impressionante e pode ser considerada uma aula para todos as outras franquias pela rapidez e a forma com que as coisas vem ocorrendo, mas claro que ela contou também com uma senhora ajuda dos Nets ao darem até a alma pelos veteranos ídolos da equipe de Boston. 

Após um primeiro ano de tank, em que a equipe bostoniana ganhou apenas 25 dos 82 jogos e acabou ficando com a 6ª escolha no draft, que veio a ser o PG Marcus Smart, os Celtics prometiam uma offseason agitada e uma equipe competitiva no ano seguinte, mas isso não ocorreu a principio e o GM Danny Ainge resolveu chacoalhar a equipe, desmanchando o elenco com muitas trocas, sem a possibilidade de cravarmos quem jogaria pela equipe no jogo seguinte. Essas trocas, que para muita gente seriam a indicação de um desmanche em busca de mais uma temporada ridícula, acabaram surtindo o efeito contrário e a equipe celta no ano de 2015 só teve um aproveitamento pior que os Cavaliers dentro da Conferência Leste, fazendo com que classificássemos em 7º lugar na conferência e enfrentássemos a própria equipe de Cleveland, com Lebron, Irving, Love e cia. Os Celtics acabaram sendo varridos nessa série, mas o legado é o que importa. 

As causas de tudo isso? 

- Brad Stevens, um técnico jovem que já vem se colocando entre os melhores da liga; 

- As grandes aquisições do meio da temporada passada: Jae Crowder e Isaiah Thomas 

- Um espírito de luta que toda a equipe tem, que faz com que todos os jogadores lutem por cada bola.

Agora, próximo à Trade Deadline, os Celtics, munidos de muitas escolhas de draft e um elenco cheio de jovens, jogadores com contratos abaixo do valor de mercado e veteranos com contratos a expirar, já têm um time interessante (no momento está posicionado em 3º na conferência), uma equipe que consegue brigar de igual para igual com qualquer outra, um All-Star (Isaiah Thomas) e um dos melhores bancos da NBA. O que falta? Qual o próximo passo para essa equipe ser levada a sério e brigar por um título? Qual o melhor caminho? 

Quais as nossas carências? 

Até outro dia, o que faltava para a equipe dos Celtics era um scorer e depois um All-Star. As duas vagas foram preenchidas por Isaiah Thomas. O baixinho é um fenômeno e caiu como uma luva no esquema de Brad Stevens. Então o que falta agora? 

Os Celtics têm uma equipe que defende muito bem e roda bem a bola, inclusive chutando muitas bolas de 3, mas o aproveitamento não é maravilhoso. 

O ideal seria adquirir um arremessador de qualidade, que se adeque à nossa maneira de jogar. Isso foi buscado no draft em James Young e RJ Hunter, mas nenhum dos dois conseguiu mostrar o suficiente para sequer permanecer na equipe celta, estando na maior parte do tempo jogando pelo nosso afiliado da D-League, o Maine Red Claws.

O problema mais lembrado, que nos faz lamentar até hoje a saída de Kendrick Perkins, é a falta de um verdadeiro Center, um que consiga proteger o garrafão, brigar firme nos rebotes e ajudar nos bloqueios para as infiltrações dos rápidos armadores que temos e no trabalho de pick-and-roll. 

E claro, para ser campeão nessa liga, você precisa de ao menos uma grande estrela, um jogador que será ídolo da torcida e irá chamar a responsabilidade quando o time precisar do mesmo. Vejamos: Golden State tem Curry, Draymond Green e Klay Thompson; San Antonio tem Aldridge, Duncan, Parker e Ginobili; Cleveland tem Lebron James, Kevin Love e Kyrie Irving; Oklahoma City tem Kevin Durant e Russell Westbrook; e por aí vai...
Deu para entender que a gente precisa de alguém desse naipe para disputar com essas equipes. 

Como conseguir? 

Como supracitado, os Celtics têm jogadores de muita qualidade, que consequentemente seriam facilmente trocáveis, além de muitas escolhas de draft (muitas mesmo, sério) e um GM que já provou não ter medo de mexer na equipe em busca de melhorias. 
Ou seja, se os Celtics quiserem fazer alguma troca, eles conseguem. A única situação é saber se o preço é justo, pois muitos tentam inflar os preços sabendo do monte de coisas que temos a oferecer. E isso se faz talvez o caminho mais interessante e possível para os Celtics adquirirem sua(s) estrela(s), assim como fizeram com Garnett e Allen em 2007. 

Recusando as opções para o ano que vem de Amir Johnson e Jonas Jerebko e abrindo mão dos direitos de renovação dos nossos free agents como Jared Sullinger, Tyler Zeller, David Lee e Evan Turner, podemos disponibilizar cerca de 50 milhões de doláres para investimentos na Free Agency que deverá contar com jogadores como Kevin Durant, Lebron James, Andre Drummond, DeMar DeRozan, Dwight Howard, Bradley Beal, Al Horford, Nicolas Batum, Hassan Whiteside, Chandler Parsons, Harrison Barnes, Al Jefferson, entre outros. Interessante essa Free Agency, não?

O que vai ditar nossa abordagem na Free Agency é a noite do draft. 
A posição em que a pick dos Nets ficará será a primeira condição determinante. Se pudermos selecionar com a 1ª escolha geral, selecionaremos Ben Simmons, o fenômeno de LSU, que é comparado a Durant, Lebron e outros grandes jogadores. Se não dermos muita sorte (bata na madeira), podemos trocar para subir no draft ou trocar nossas picks por jogadores já com experiência na liga, sem necessidade de ir às compras na Free Agency.

Podemos também trocar agora, nessa temporada mesmo, por jogadores com mais anos de contrato e de repente nem precisarmos de nenhuma das outras abordagens.  

Quando isso acontecerá? 

No caso das trocas, quando o negócio certo aparecer. Ainge é um GM que segura até o último momento, esperando o melhor negócio possível, portanto não fará nenhuma loucura apenas para fazer uma troca e mostrar que está ativo no mercado. Ele pode simplesmente já trazer uma estrela agora e tentar buscar o título essa temporada ou ao menos chegar mais perto, pode aguardar para a próxima offseason ou também aguardar para o meio da outra temporada. São muitas opções!

As picks desse draft, a não ser que apareça uma belíssima oportunidade, devem ser mantidas até o final, pois na noite do draft muita coisa pode acontecer e o valor de cada uma delas pode ser ainda maior. 

E no caso da Free Agency, quando o período da mesma se iniciar, temos que ir para cima dos "peixes grandes". Os Celtics têm uma certa dificuldade em atrair grandes free agents, mas também nunca tiveram tanto dinheiro para competir com outras equipes que atraíram. Outro fator que pode influenciar positivamente é a cultura que está sendo implementada na equipe, o time tem uma "alma" e seu grande mentor, Brad Stevens, vem sendo reconhecido e elogiado a cada dia por todos na liga.

Analisados todos os caminhos e opções, o que nos resta é esperar até a deadline e acompanhar os próximos capítulos, confiando no GM Danny Ainge e na nossa equipe pois um passo maior que as pernas para o maior campeão da NBA e o rebuild atrasa em 5 anos. Portanto, é torcer para que tudo dê certo e o futuro seja tão bom quanto o nosso passado foi, nos trazendo muitos títulos, ídolos e equipes que entraram para a história do basquete. 
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Autor Boston Sports Br

O Boston Sports Brasil é um blog brasileiro com notícias e análises dedicado aos times de Boston: Bruins, Celtics, Patriots, Red Sox e Revolution. Siga-nos no Twitter: @bostonsportsbr

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